sábado, 22 de setembro de 2007

Morochas

Sabe, nessa semana que é chamada de Farroupilha, tem um música "gaudéria" que acho linda. O nome dela é "Deixando o Pago". Conta a história de um peão que deixa o local onde nasceu. E vai contando. Bah, o Vitor Ramil tem uma voz linda. Agora a parte que acho mais bonita é quando ele fala: "sempre gostei da morena, é minha cor predileta". Sempre me vem a imagem de uma morena daquelas bem cor de canela. Eu sempre fui apaixonado por mulheres assim. Bem morenas, com a pele cor de charuto. Assim, eram as chinas de antigamente, descendentes de índio, por isso china, por causa dos olhos puxados. Mulheres assim muito bonitas, com jeito de oriental, com jeito de mulher que ganha o mundo sob o lombo de um cavalo. Ah, as morenas. Sempre gostei delas, fazer o quê? Elas me levam o coração, me levam o ar, me levam os olhares que deveriam ir para a vida a se levar!!!

DEIXANDO O PAGO
Vitor Ramil/João da Cunha Vargas

Alcei a perna no pingo
E saí sem rumo certo
Olhei o pampa deserto
E o céu fincado no chão
Troquei as rédeas de mão
Mudei o pala de braço
E vi a lua no espaço
Clareando todo o rincão

E a trotezito no mais
Fui aumentando a distância
Deixar o rancho da infância
Coberto pela neblina
Nunca pensei que minha sina
Fosse andar longe do pago
E trago na boca o amargo
Dum doce beijo de china

Sempre gostei da morena
É a minha cor predileta

Da carreira em cancha reta
Dum truco numa carona
Dum churrasco de mamona
Na sombra do arvoredo
Onde se oculta o segredo
Num teclado de cordeona

Do campo pro corredor
E sinto um perfume de flor
Que brotou na primavera.
À noite, linda que era,
Banhada pelo luar
Tive ganas de chorar
Ao ver meu rancho tapera

Como é linda a liberdade
Sobre o lombo do cavalo
Ouvir o canto do galo
Anunciando a madrugada
Dormir na beira da estrada
Num sono largo e sereno
E ver que o mundo é pequeno
E que a vida não vale nada



O pingo tranqueava largo
Na direção de um bolicho
Onde se ouvia o cochicho
De uma cordeona acordada
Era linda a madrugada
A estrela d'alva saía
No rastro das três marias
Na volta grande da estrada

Era um baile - um casamento
Quem sabe algum batizado
Eu não era convidado
Mas tava ali de cruzada
Bolicho em beira de estrada
Sempre tem um índio vago
Cachaça pra tomar um trago
Carpeta pra uma carteada

Falam muito no destino
Até nem sei se acredito
Eu fui criado solito
Mas sempre bem prevenido
Índio do queixo torcido
Que se amansou na experiência
Eu vou voltar pra querência
Lugar onde fui parido

3 comentários:

Vica disse...

Sabe o que eu acho? Que tu vai casar com uma loira. Loira, bem branquinha, olho claro e nada puxado... hehehehe

Marcelino, Pane i Vino disse...

Hehehehe, pode ser!!! Te contei da vidente, né?

Vica disse...

Tu me contou, mas não me disse que ia namorar uma loira! hehe