Troque seu poodle por uma criança pobre

Pois é, hoje, fui lá no Correio. Adotei as cartas de duas crianças que as mandaram pro papai noel. Sabe, dá uma dor no coração de ver essas crianças sem nada. Sem nada mesmo. Uma delas fez meu pai e a minha mãe chorarem. Mas lá irei eu comprar os presentes. Aproveito para convidar quem puder. As cartas ficam no saguão do memorial do Rio Grande do Sul. Se puderem, vão lá. A gente vê tanta corrente pra ajudar cachorros e gatos, que é tão raro falar de seres humanos. Sério, escutei tanto ano passado que os animais eram melhores que as pessoas. Tanto, tanto.

Eu não suporto essas pessoas que acham que animal é melhor que gente. Tipo, se fossem, por que a gente casa com gente? Por que a gente ama de verdade gente? Por que a gente é tão apegada às pessoas? Olha, é fácil juntar um monte de gato, um monte de cachorro. Difícil é cuidar de gente. Porque gente tem os mesmos defeitos que nós temos. E como diz aquela música: e eu quero esquecer que tenho defeitos também. Sei lá, um monte de crianças passando fome, não tendo o que ganhar no natal e as pessoas se precupando com os gatos e cachorros. Muito bonito, se não houvesse fome no mundo. Eu gosto de animais, mas as pessoas são meu ganha-pão. São elas que compram o jornal em que eu trabalho, que me dão entrevistas, que me pagam... Sem falar que eu amo mulheres e não cadelas. Sei lá, vão lá. Pensem, os animais são importantes, mas ajudar uma criança é muito mais.