terça-feira, 24 de julho de 2007

Santa Maria, livrai-nos do mal

Quando me ligaram, na sexta de noite, dizendo que era da RBS de Santa Maria e que era pra eu ir fazer uma prova na terça-feira lá, fiquei com bolhas na barriga. Depois, na janta minha irmã me largou uma observação peluda: "vai mais cedo, que pode atrasar o bus". Duvidei, mas, mesmo assim, comprei a passagem das 8 horas. Bueno, hoy, era o dia. Entrei no veículo, sentei-me na janelita e esperei a viagem. Ao meu lado, uma mulher estranha, com voz de quem botou botox na boca. Na frente, uma guria que eu já fiquei, que me deu um lindo pé na bunda e que nunca mais tinha visto. Entonces, depois de uma hora de viagem, eis que o possante pára. Acidente, penso. No que não era acidente, merda nenhuma. Os campônios do MST resolveram interditar a pista. Enfim, 2 horas de parada. Lá atrás, no mercedez com motorista, na verdade era volvo, o meu colega Texeira. Pior, quando ele passou por mim, pensei: "que que o Texeira tá indo pra Santa Maria?". Santa ignorância, era pra mesma coisa que eu. Bom, nesse meio tempo, ali, parado no corredor, passa a guria que tinha me dispensado. Fico feliz, a guria não deu uma engordadinha, mas sim uma embolotada. Como a gente é, né? Bom, ela me cumprimenta e tal. Vai para o banheiro fazer suas necessidades. Nisso, o bus volta a andar. Sento, e a guria tá toda feliz me esperando pra conversar. Então, ela me conta que se converteu ao budismo e que até no Nepal foi. Papo vai, papo vem, ela me fala que na época em que ficamos, tinha me achado um budista radical. Cá entre nós, a guria vai pra Índia, Nepal, mora em Viamão perto da casa do Lama, e eu que sou radical? Coisa mais esquisita. Bueno, segue o baile, nisso abro uma bolachinha pra amansar a fome, e a mulher do meu lado, a tal do botox, se anima e me leva uns biscotitos. Então, chegamos em Holly Mary. Só dá tempo de comer um cachorro. Explico pra moça como eu queria o meu, a mulher me olha como se eu fosse um ET. Bem, como o tal dog, meio ruinzito, por sinal. Partimos para a RBS de Santa Maria. Lá, a mulher dá as coordenadas. A prova era normal, mas erro coisas como o valor do salário mínimo. Bueno, termino 16 e 40, a passagem era pras 17. Lá fora, uma santamariense (?) muito garbosa falava ao celular. Desabafo pra ela da merda que é ter que ficar menos de 3 horas num lugar, o que ela responde com uma simpatia pouco vista nas moças da Capital. Bueno, quem disse que achávamos um táxi. Tivemos que roubar da moça hermosita, que, mais uma vez, sorri. Ah, essas gurias do interior... Bueno, chegamos na hora do apito final. Regresso. Na televisão, passa "Uma Secretária de Sucesso", cenas de sexo e da mulher do Banderas de calcinha e sutiã à milhão, pra deleite das várias crianças que tavam no bus. O motora, que falava um dialeto do português e tentava se fazer entender ao recitar um texto que devia ter decorado, ignorou e nem tava. Bom, assisto ao filme. Bonzito, acho que concorreu a algum Oscar nos idos 80. Acabo pegando no sono, mas uma criança me dá um safanão e me acorda. Não descubro qual pimpolho era, tinham um monte, até um grandão com bico. As mães eram umas velhas chatas com sotaque de mãe-de-santo e que berravam. Enfim, um saco. Quando elas descobriram que voltavamos por Canoas repetiram milhares de vezes que não entendiam por quê. Então o bus pára na frente de uma estáta de avião, o que prontamente é exclamado pelo badanha do bico: "olha, um avião!". E assim termina minha aventura!!! (Palmas)

2 comentários:

Carol disse...

E que aventura, hein?? Eu trocava a minha sacada por esse teu bus aí, mas só por 1 dia!! Não ia querer os pimpolhos me acordando toda hora, hehehe... Bjus.

Vica disse...

Colocar botox muda a voz?